Estudar e streamar: dá certo?

Com a quarentena, as streams podem ser uma boa escolha de trabalho e de diversão

Ilustração: Gislene Ana Barbosa

Estudar e trabalhar não são tarefas simples, ainda mais neste momento de pandemia. Como estudante percebo a dificuldade que foi aderir às aulas online, e se concentrar estando em casa não é tão fácil também. 

Algumas garotas decidem começar a streamar para pagar as contas e se sustentarem transmitindo os jogos. Como é o caso da Rafaela Martins, estudante de psicologia que usa as lives como sua fonte de renda. 

Ela começou a streamar durante a faculdade, mas levar com seriedade foi a partir de junho deste ano, viu que estava tendo um bom retorno com isso e que valia a pena investir. Ela conta que a profissão unida aos estudos tem alguns obstáculos, principalmente nesta quarentena. 

Imagem: Redes sociais/Reprodução

“O maior desafio é ficar em frente a uma tela durante 10h, 12h até mesmo 15h por dia. Porque acordar cedo, ir para o computador para ver as aulas, fazer os trabalhos da faculdade, estudar, fazer as lives, produzir os conteúdos e trabalhar para a stream, tudo isso no PC, é muito desgastante e cansativo. O EAD é complicado, necessita de muita disciplina e nem sempre consigo dar conta dos dois, mas, isso faz parte e é totalmente normal! O negócio mesmo é ficar em frente do monitor tanto tempo pra fazer literalmente tudo da vida, se eu tivesse tendo aula presencial seria mais tranquilo.”

Para ter uma rotina desse nível é necessário ter organização. Ela faz a famosa agenda semanal para conciliar a faculdade com as streams, deixando tudo montado caso tenha algum trabalho difícil da faculdade para fazer. A dica que ela dá para quem está querendo começar a streamar é justamente sobre isso.

“Tenha organização. quando você começar, não faça tantas horas de live. Vai aos poucos, aumentando pra se acostumar com o ritmo, que às vezes pode ser maçante e cansativo. Depois passe a aumentar a quantidade de dias e horas. Sobre os estudos, é ter disciplina sobre isso. Tenta sempre se adiantar nos trabalhos, ficar por dentro do conteúdo que você vai conseguir.”

As streams também podem ser algo para distrair a mente nesta época. Marina Pinheiro Fachin, estudante de engenharia de software na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), além de estudar também faz estágio em uma empresa de desenvolvimento e faz as lives como o seu hobby. 

Imagem: Redes sociais/Reprodução

“Com a pandemia as aulas estão no formato ADNP (Atividades Didáticas Não Presenciais), então não tive tantas aulas porque nem todos professores aderiram ao formato a distância. Eu streamo sempre em momentos mais tranquilos, por isso  que eu não tenho hora fixa, normalmente faço quando eu estou no meio de um jogo com os meus amigos e estamos jogando bem e nos divertindo, aí abro a live.”

A dica que ela dá pra quem quer começar as streams para se desligar um pouco da rotina é “levar isso como um prazer, porque realmente não é fácil, mas é uma diversão que vale a pena! É muito legal para ver como você evoluiu em um game também.”

Paula Nobre, que citei durante essa semana por ser uma das streamers mais seguidas da Twitch, já comentou em uma entrevista que sua carreira nesta área teve início para pagar as mensalidades da faculdade de nutrição e acabou dando super certo!

Agora que já vimos que é possível ser estudante e streamer, pensou em começar a fazer lives como o seu trabalho ou apenas para se divertir?